Organizações Sociais na Saúde: promessas de eficiência que esconderam esquemas de corrupção em todo o Brasil 1g5c4t

Apresentadas como solução moderna para a saúde pública, as Organizações Sociais (OSs) prometeram agilidade e eficiência na gestão hospitalar. No entanto, espalharam-se pelo Brasil como instrumento de corrupção, desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito, enquanto a população amarga em filas de hospitais sucateados e com atendimento precário 513g2l


Apresentadas como solução moderna para a saúde pública, as Organizações Sociais (OSs) prometeram agilidade e eficiência na gestão hospitalar. No entanto, espalharam-se pelo Brasil como instrumento de corrupção, desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito, enquanto a população amarga em filas de hospitais sucateados e com atendimento precário.

As OSs, entidades privadas sem fins lucrativos, assumiram a istração de unidades de saúde mediante contratos com governos. Mas a ausência de controle rigoroso e a fragilidade dos mecanismos de fiscalização tornaram o modelo vulnerável a fraudes.

Corrupção de norte a sul

Em São Paulo, a Operação Raio-X desvendou um esquema que desviou cerca de R$ 500 milhões via OSs com contratos superfaturados e empresas fantasmas. No Rio de Janeiro, durante a pandemia, o IABAS recebeu milhões antecipadamente sem entregar hospitais de campanha no prazo. O escândalo levou à prisão do secretário de Saúde e ao impeachment do governador.

No Ceará, uma I revelou o desvio de R$ 120 milhões, com atrasos salariais a médicos e enriquecimento de diretores. No Pará, a OS Santa Casa de Pacaembu foi acusada de desvio de verbas para insumos hospitalares.

Goiás: um retrato da impunidade

Nosso estado de Goiás não fica de fora da lista. Aqui, os casos são numerosos e graves:
 • Operação Parasitas (2021): o IBGH desviou cerca de R$ 6 milhões por meio de contratos com empresas de fachada durante a pandemia.
 • Operação Fatura Final (2019): fraudes em atendimentos médicos inexistentes no plano de saúde dos servidores de Goiânia.
 • Operação BackDoor (2020): manipulação de sistemas no Ipasgo para inserir procedimentos fictícios e gerar pagamentos ilegais.
 • Operação Tarja Preta (2013): cartel superfaturou medicamentos e fraudou licitações, desviando cerca de R$ 15 milhões.
 • Fundo Corrosivo (2012): desvio de recursos emergenciais em hospitais estaduais, com contratos e notas frias.
 • Crise na FUNDAHC (2023): colapso em maternidades de Goiânia por falta de rees e contratos fraudulentos.
 • IMED (2023): mesmo condenado por fraudes no Amazonas, o instituto foi contratado em Goiás sem certidões obrigatórias, para um projeto de R$ 2,4 bilhões.

Alerta no Sudoeste Goiano

Atualmente, o Sudoeste Goiano vive uma onda de alertas sobre a possível atuação de uma OS em esquemas semelhantes aos já comprovados em outras regiões do país. As denúncias ainda estão sob investigação, mas os indícios seguem o mesmo padrão: contratos emergenciais, falta de transparência, e suspeitas de superfaturamento e favorecimento de empresas ligadas aos gestores. A população, mais uma vez, observa com preocupação o avanço desse modelo em cidades onde o sistema de saúde já é frágil.

O preço da omissão

Enquanto gestores e empresários enriquecem com verbas públicas, o povo paga com a vida: falta de médicos, de insumos e de dignidade. O modelo das OSs, sem transparência e com pouca fiscalização, escancarou as portas para o saque institucionalizado da saúde.

É urgente reavaliar esse modelo de terceirização. Sem auditorias independentes, punições exemplares e controle social, as OSs continuarão sendo uma ponte entre o dinheiro público e os bolsos privados — e o povo, mais uma vez, será o maior prejudicado.

*Carvalho Sobrinho* 
Jornalista e mestre em Comunicação Pública pela UFG. Atua na cobertura de política e sociedade, com foco em corrupção, gestão pública e direitos sociais

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