Prefeito de Jataí está inelegível 2u224p

Humberto Machado não poderá disputar as eleições neste ano de 2012. Prefeito era favorito para disputa 11958


Considerado até então um candidato praticamente imbatível para a reeleição em Jataí, o prefeito Humberto Machado (PMDB) está na lista dos políticos que tiveram contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e não poderá disputar as eleições de outubro. A notícia foi divulgada na terça, 19, faltando apenas 11 dias para a convenção do partido, e alterou completamente o quadro político do município.

Com Humberto Machado fora do páreo, a cúpula do PMDB articulou imediatamente o nome do deputado federal e presidente do PMDB de Jataí, Leandro Vilela, para a disputa. A intenção é possibilitar uma candidatura do deputado estadual Daniel Vilela (PMDB) para a Câmara dos Deputados em 2014 e permitir que, caso Leandro seja eleito, Wagner Guimarães deixe a primeira suplência da legenda para assumir uma cadeira na Câmara Federal.

Esta troca, na verdade, só está sendo antecipada. Nos bastidores, Leandro e Daniel já vinham articulando todo este cenário. O deputado federal apoiaria uma candidatura de Daniel à Câmara Federal de 2014 e, em troca, teria o apoio de Humberto para concorrer à prefeitura de Jataí em 2016. Com a impossibilidade da reeleição do prefeito, Leandro Vilela viverá o seu projeto eleitoral quatro anos antes do previsto.

Se Leandro for eleito, a sua saída do Congresso daria vaga de titular à deputada Marina Sant'anna (PT). Ela hoje ocupa uma cadeira no legislativo federal devido à licença do deputado Thiago Peixoto (PSD), que é titular da Secretaria Estadual de Educação. Wagner Guimarães assumiria o mandato como suplente e permaneceria na Câmara enquanto Thiago estiver no governo estadual. Atual vice-presidente do diretório regional do PMDB, Wagner também deve assumir o comando da legenda em nível estadual no próximo mês. O atual presidente, Adib Elias, será candidato a prefeito em Catalão.

Apesar do apoio da cúpula do partido, Leandro Vilela enfrentará resistências locais para confirmar sua candidatura a prefeito de Jataí. Vice-presidente do diretório local do PMDB, o vereador Gênio Eurípedes disse que “tem gente querendo preparar o velório antes da hora.” Ele prometeu denunciar à cúpula do PMDB qualquer correligionário que “agir com deslealdade” para lançar candidatura a prefeito. Segundo ele, uma possível escolha de um substituto para Humberto no pleito deverá ser feita de forma coletiva. Mesmo assim, afirmou que o problema seria contornado até o começo desta semana.

Oposição
A divulgação da lista do TCU, que inclui outros 276 políticos goianos impedidos de participar das eleições municipais, injetou novo ânimo na oposição. O empresário Victor Priori (PSDB), que parecia já ter desistido do pleito em razão do favoritismo de Humberto Machado, teve reunião com o governador Marconi Perillo (PSDB) no dia seguinte à notícia. O tucano, que foi candidato a prefeito em 2008 e a deputado estadual em 2010, deverá ter como vice em sua chapa a ex-deputada e atual presidente do PSD de Jataí, Cilene Guimarães.

Na semana ada, a Tribuna apurou que a oposição estava perdida em Jataí. Com o grande favoritismo de Hum­berto Machado, alas da oposição queriam se unir ao peemedebista e lançar Priori como vice. Já os líderes, que não concordavam com este caminho, pregavam o lançamento de um nome para concorrer contra o prefeito. Ninguém, contudo, queria encabeçar a chapa.

Victor Priori chegou a dizer à reportagem que já havia desistido de disputar a prefeitura. “Eu não sou candidato. (…) Estamos trabalhando em algumas opções, mas ainda está tudo muito indefinido e qualquer coisa não a de especulação”, disse, na oportunidade. Já Cilene Guimarães itiu que poderia ser candidata, mas queria garantias de estrutura. “Eu quero ter realmente ter a chance de vencer”, mostrou.

Com a saída de Humberto Machado, o processo eleitoral em Jataí está zerado. A tendência é que o prefeito possa impulsionar a candidatura de Leandro Vilela e lhe ar a popularidade necessária para vencer o pleito. Vários exemplos ados mostraram, porém, que a transferência de votos não é algo natural. Por isso o ânimo da oposição aumentou. Tentará, no meio de toda a confusão, espaço para vencer.

Irregularidades

A inclusão do nome do prefeito de Jataí na lista dos inelegíveis se deve a um convênio firmado em 2003 com o Ministério da Cultura para a construção de um centro de eventos no valor de R$ 300 mil. Os recursos federais foram reados em dezembro de 2003, mas a obra só foi concluída quatro anos depois, quando Humberto Machado assumiu novamente o cargo de prefeito. O processo já transitou em julgado e não existe possibilidade de recurso. O documento é uma exigência da Justiça Eleitoral e será entregue à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Carmem Lúcia.
 
Entre as irregularidades apuradas estão o pagamento de despesas sem a correspondente execução dos serviços, aquisição de material sem utilização e alteração do local da obra sem autorização. Participaram da licitação apenas duas empresas, em que os sócios eram casados e um deles era funcionário do município. As empresas foram declaradas inidôneas para licitar e contratar com a istração pública por três anos. Além do pagamento de multas no valor de aproximadamente R$ 20 mil, o prefeito foi condenado ao recolhimento de débitos ao Tesouro Nacional no valor de R$ 50 mil, solidariamente com a Construtora Monte Sinai, e de R$ 12 mil, solidariamente com a empresa individual Daniel Almeida Rosa. (Com informações de Eduardo Sartorato)

Por Fernando Machado – Publicado no Jornal Tribuna do Sudoeste

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